O despertar aconteceu nas páginas da revista mensal do Homem-Aranha quando pela primeira vez após tantos anos aconteceu a reunião de dois "totens aracnídeos" na nossa realidade 616. Isso mais uma vez chamou a atenção daqueles que os perseguem - Morlun e toda sua família - e deu início a uma nova Temporada de Caça. Assim, vimos na sequência da história vários Aranhas de diferentes realidades sendo atacados e muitos deles mortos. E desse jeito tem início o Aranhaverso que trará velhos e novos rostos conhecidos dos leitores - E dentre eles, o Homem-Aranha Superior.
Muitos devem lembrar que mesmo com o fim da fase do Homem-Aranha Superior, havia uma ponta solta deixada naquela época já prevendo um fortuita volta daquele Peter comandado por Otto Octavius por algum tempo. E ela foi usada agora, para esta saga. O que foi apenas um dia para nós do presente, era o gancho para uma grande aventura do Superior não só no futuro de 2099 como também em diversas realidades. Assim, temos as histórias extras de Superior Spider-man 32 e 33 publicadas na nova revista bimensal Homem-Aranha: Aranhaverso.
Jogado naquela época para o ano 2099, finalmente sabemos aqui o que aconteceu com Otto naquela linha temporal. Caçado pelo olho vivo, foi salvo pelo irmão de Miguel O'Hara antes que fosse capturado. Em seguida, lhe foi dado todo acesso do apartamento do Homem-Aranha 2099 para tentar encontrar um jeito de voltar pra seu presente. Nesse meio tempo, recriou a I.A. de Miguel (conferindo a ela características bastante similares a da sua namorada Anna Maria) e concluiu o projeto do equipamento para singrar por realidades paralelas. Todavia, mesmo depois de juntar as peças necessárias espalhadas pelas grandes empresas daquele tempo e escapar de todos os capagas e vilões que o perseguiam, Otto não teve sucesso.
Para cada realidade que o Homem-Aranha Superior atravessava, nunca era a verdadeira 616. E em todas elas, se deparava com uma versão aracnídea já morta - Dinastia M, a do Aranha no Quinteto Fantástico e até mesmo uma que ainda estava em plena Guerra Civil superheróica. Uma das últimas, colocou-o de frente a um combate entre um dos membro da família de Morlun, chamado de Karn, e o Homem-Aranha India. Otto conseguiu salvá-lo sendo rápido e esperto, e para nossa surpresa vimos que o bom doutor já estava reunindo seu próprio exército de aracnídeos.
As histórias que seguem são parte agora do copilado chamado de Limiar do Aranhaverso. Nele, veremos cinco versões bem curiosas do Aranha com origens e interpretações bem diferentes do conceito original. Cada uma delas criada por um roteirista e um desenhista diferente. E são elas...
Homem-Aranha Noir (por David Hine, Fabrice Sapolsky e Richard Isanove) - Depois de duas minisséries aclamadas, o Peter Parker de um mundo mais preto e branco voltou. Agora, ele terá que lidar com o Rei do Crime e a versão do Mystério daquela realidade, um notório ilusionista disposto a roubar seu sangue a fim de reproduzir nele o mesmo acidente que criou o Aranha Noir. Para tal, ele rapta a ex-amante do Teioso, Felícia Hardy e a usa como isca para pegar o Aranha. No fim, é claro, os planos dos vilões não dão certo, mas o Homem-Aranha Noir teve que encarar um perigo ainda maior - o caçador de Totens Karn. Por sorte, o Homem-Aranha Superior chegou para salvá-lo dali e recrutá-lo para seu exército. Já o Ilusionista se saiu bem, todos acharam que aquilo era tudo parte do show. Já a Gata Negra, conseguiu roubar pra ela a seringa com o sangue do Parker daquela realidade.
Mulher-Aranha-Gwen (por Jason Latour e Robbi Rodriguez) - Mesmo que você esteja lendo ela pela primeira vez agora, a Aranha-Gwen (do original, Spider-Gwen) dispensa apresentações. Sendo um sucesso imediato graças a paixão dos fãs, a Gwen desta realidade sobreviveu para ter sua revista própria daí. Neste mundo, foi ela quem acabou picada por uma Aranha radioativa e Peter é quem acabou morrendo após tentar sem sucesso também ganhar poderes e se tornar o lagarto daquela realidade. Agora, ela tenta tocar a vida se dividindo entre a parte civil em que é bateirista da banda de mulheres "Mary Janes" e a parte heróica quando continua salvando a sua cidade como a Mulher-Aranha. Nesta história, enquanto escapa da Polícia e também de seu pai, o Capitão Stacy, Gwendoline luta contra um dos capagas do Rei do Crime, o Rhino daquela realidade, a mando de um Matt Murdock corrupto. No final, Gwen é uma das possíveis a ser escaladas pelo Capitão Aranha Britânico.
Doutor Aaron Aikam, o Homem-Aranha (por Dustin Weaver) - Nada de Parker ou alguém conhecido desta vez. O Homem-Aranha desta realidade é alguém completamente novo, um cientista espetacular que se tornou algo mais após se auto-experimentar com uma formula criada por ele afim de reformatar a estrutura de seu corpo. Além disso, um traje de alta tecnologia complementa o que ele precisa para ser o Homem-Aranha daquela terra. Derrotou diversos vilões como o Olho Escarlate e o Destruidor Joviano, mas nenhum deles se equiparava a nova ameaça - Naamurah. E a coisa se complica para Aaron quando ele descobre que a nova vilã tem ligações com a chefe da sua empresa e ex-amante. Naamurah era na verdade, Hannah, filha de Kaori e a criatura estava transformando mais e mais vítimas em criaturas como ela - meio monstros, meio constructos. O mundo daquele Homem-Aranha estaria condendado a uma invasão de zumbis meio-máquinas, mas ele mal teve tempo de tentar salvá-lo. No fim, Dr. Aaron Aikam teve um fatídico encontro com Morlun.
Monstro-Aranha (por Clay McLeod Chapman e Elia Bonetti) - Essa não é uma história de heróis, mas sim de Terror. Patton é um menino de infância complicada, criado por um tio Ted abusivo e obscecado por sua vizinha ruiva Sara Jane. Quando foi acidentalmente mordido por uma Aranha radioativa, Patton virou um monstro, uma verdadeira Aranha-Humana. Suas primeiras vítimas foram pequenos animais, mas logo passou ao ponto de coisas maiores e foi assim que se livrou do Tio Ted. Sara Jane seria certamente sua próxima vítima, mas a chegada providencial de Morlun a salvou ali. Nem sempre o vilão é sempre o vilão nas histórias.
Ar//nh (por Gerard Way e Jake Wyatt) - A oriental Peny é uma recém-orfão que está sob a tutoria dos cientistas May e Ben para dar continuidade ao projeto de seu pai - a armadura Ar//nh. Seguindo uma linha bem peculiar aos temas japoneses, Peny se torna a única a poder usar aquele artefato graças ao seu DNA e com isso torna-se uma heróina local. Ao lado da versão do Demolidor daquele mundo, combate os vilões locais. Mas um dia ela é convocada por um outro grupo de Homens-Aranhas (e um Porco-Aranha) de outra realidade e assim ela se junta a trama do Aranhaverso.
E no interlúdio dessas histórias vemos mais do Homem-Aranha Superior e seu exército. Na Terra 2818, Karn é enganado e se depara com um Homem-Aranha ciborgue. Tudo se revela sendo um plano de Otto se antecipando ao ataque do vilão para interroga-lo. Todavia, para sua surpresa de Octavius, Karn não é a única ameaça que anda causando todo esse estrago nas realidade distintas e ele logo recebe a visita de outros membros da família Morlun naquela realidade.
Os gêmeos Brix e surgem e dão uma desvantagem grande ao grupo de Aracnídeos do Homem-Aranha Superior. Só resta a eles fugir, com o Macaco-Aranha sendo o grande trunfo deles para despistar aqueles vampiros de totens. De volta ao esconderijo em 2099, os Aranha planejam os próximos passos para deter aqueles caçadores de homens-aranha. Em particular, Otto chama o Assassino-Aranha e a Mulher-Aranha da realidade do Velho Logan para falar o inevitável - os três são os únicos que podem salvar tudo ao agir sem restrições contra o inimigo. E isso significar apenas uma coisa: Matá-los antes que eles os matem.
Dan Slott e Christos Cage são os cabeças da história principal com o Homem-Aranha Superior e comandam Giuseppe Camuncoli num trabalho vibrante nessas histórias. Aranhaverso começou muito bem e tem todo o mérito em verdadeiramente ofuscar a malfadada Eixo que ocorreu/ocorre paralelamente. Tem narrativa fluida ao logo das páginas, uma pegada agitada sempre com cenas de ação e uma trama que se mantém sempre interessante. A coisa começa pra valer na mensal do Homem-Aranha em fevereiro, mas já na edição 2 do Aranhaverso temos estréias e histórias imperdíveis.
Coveiro