Atenção! QUANTIDADE ALARMANTE DE SPOILERS!
A Marvel publicou, nessa semana que passou, a primeira edição daquela que promete ser a sua grande saga da década (para não dizer do século), Secret Wars. Com roteiros de Jonathan Hickman e arte de Esad Ribic, a história promete ser a conclusão da épica trama que o roteirista vem escrevendo ao longo dos últimos 3 anos em Vingadores e Novos Vingadores.
Bom, antes de começar a explicar e esclarecer tudo o que rolou nessa primeira edição, preciso deixar claro que esse artigo estará ATOLADO DE SPOILERS. Falarei de elementos que ocorreram nas revistas mensais dos Vingadores e então contarei como foi o início da saga. Portanto, se não quiser ter a sua surpresa estragada, aconselho fortemente que pare por aqui.
A história de Jonathan Hickman começou nos apresentando o conceito das incursões. Momentos em que dois planetas Terra se chocam, causando a destruição de duas realidades. Até onde se sabia, a única maneira de evitar a destruição dos dois universos, seria acabar de vez com uma das Terras.
Surgiu então a personagem da Cisne Negra, ela pertencia a uma religião, louvava a um ser superior chamado Rabum Alal, a quem atribuía as incursões. Por 3 anos a identidade de Alal foi um mistério. Mas Dr. Estranho descobriu quem era esse tão poderoso ser. Tratava-se de Dr. Destino.
Para explicar como Destino chegou a esse ponto e quais foram suas motivações, Jonathan criou um retcon no Homem Molecular. Alterou drasticamente a sua origem. A sua nova origem é a seguinte: a raça de seres onipotentes conhecida como Beyonders (não confundir com o Beyonder), criou ao mesmo tempo, em todas as infinitas realidades, o Homem Molecular. Todos funcionam como um único ser. E na verdade, eles não passam de uma bomba. Uma bomba que explodirá todas as realidades ao mesmo tempo, causando o fim de tudo. O motivo? Apenas para satisfazer a curiosidade dos Beyonders.
É ai que Victor von Doom entra na história. O Homem Molecular, logo no seu surgimento, explicou tudo isso para o líder da Latvéria. E explicou como ele poderia salvar o multiverso. Ele teria de matar todos os infinitos Homens Moleculares, era a única opção. Só que nem Destino conseguiria fazer isso sozinho, então ele cria uma religião.
Começa com uma seguidora e vai expandindo. Com o tempo, chega a ter uma legião de seguidoras, que acreditam que Doom é um ser especial, superior (lembram da Cisne Negra?). Para mascarar a verdade, não permite que as mesmas vejam sua face e atende pelo nome falso de Rabum Alal.
Victor teria 25 anos para resolver o problema causado pelos Beyonders. 25 anos para matar todos os Homens Moleculares. Porém, passados 10 anos do início dos assassinatos, o eterno antagonista do Quarteto Fantástico não estava nem perto de cumprir a sua missão. E o pior, os Beyonders repararam que algo estava acontecendo com os Homens Moleculares de algumas realidades.
Salva-guardas foram criadas pelas poderosas entidades. O que já era difícil antes, agora ficou pior. Como consequência, surgiram as incursões. Os mundos eram destruídos para acabar de uma vez por todas com aquilo que estava frustrando os planos dos Beyonders.
Pouco a pouco as realidades foram sumindo. Até o momento em que sobraram apenas duas: o Universo 616 e Ultimate. A incursão final. As duas realidades que foram protegidas. A 616 pelos Illuminati, e posteriormente pela Cabala, e o Ultiverso pelo Criador (Reed Richards da Terra 1610).
Finalmente chegamos então a Secret Wars 1.
A incursão final entre as duas principais realidades da Marvel já está acontecendo. Os Illuminati chegaram na mesma conclusão que a Valéria Richards já havia chegado a muito tempo: não tem como vencer, é preciso saber como não perder.
O mundo vai acabar. Não existe esperança. Todos vão morrer. Para esse cenário, foi criada uma nave, uma arca. Ela levará todas as grandes mentes do planeta, os mais brilhantes cientistas, os Illuminati e a família de Richards para fora da Terra. Eles deverão encontrar algum lugar para viver, se existir algum lugar no futuro, e não permitir que a raça humana seja extinta.
Todos os governos foram avisados que a Terra possuía algumas horas apenas. A população mundial foi notificada pelos seus líderes. Não há esperança, é o fim.
O problema é que lá no Ultiverso, o Reed deles está alimentando as esperanças do General Nick Fury. Unido a Cabala (o grupo ficou preso lá após a tentativa falha de assassinato dos Illuminati), aquele mundo lança uma guerra ao 616. Durante a batalha a nave que transportava os cientistas para a Arca foi destruída.
Uma verdadeira guerra. Vingadores, heróis urbanos, Inumanos, X-Men, Guardiões da Galáxia todos juntos salvando a população, todos sabendo que a morte seria um destino eminente.
Richards 616, Pantera e Eden (o Dobra) precisam de última hora, aplicar um plano B para a Arca. Resgatam super-seres que serão necessários no que está por vir. São resgatados da morte certa: Senhor das Estrelas, Thor (a versão feminina), Homem-Aranha, Capitã Marvel e Ciclope (que, aparentemente, recuperou os poderes da Fênix graças a um misterioso ovo).
Os Illuminati, a família de Reed e os escolhidos estavam na Arca, dando a partida, quando o pior pesadelo do Sr. Fantástico aconteceu. Um raio danificou a nave e destruiu um compartimento inteiro. Para a sua infelicidade, era onde estava toda a família Richards.
Já na Terra, muitos heróis como Rocket Raccoon, Justiceiro, Viúva Negra, Mulher-Aranha e Raio Negro já partiram dessa para melhor. Mas em questão de minutos, o mesmo acontecerá com todo o restante do universo.
Existe uma esperança? Existe. "Toda esperança reside em Destino". von Doom, sempre ele. Na companhia do Dr. Estranho e do Homem Molecular, crente que descobriu como vencer, ele resolve peitar de frente os Beyonders. Será que ele vai ter sucesso? Só o futuro dirá.
A última imagem da revista é bastante clara:
A história que Jonathan Hickman escreve possui um tom épico, em um nível que pouco se viu antes na Marvel. As consequências para a editora certamente serão sentidas por um longo tempo. Mas por enquanto, só nos resta orar pelos falecidos e esperar que os heróis tenham mais sorte nas próximas edições.
Kinhu Heck