terça-feira, 30 de setembro de 2014

Cable & X-Force: Múltiplas Ameaças


Cable, filho de Scott Summers e viajante do tempo, tem recebido muitas premonições de desastres no futuro. Ele reúne uma nova X-Force composta por Colossus, Forge, Dr. Nêmesis, Dinamite e Dominó para impedir que eles se realizem. Infelizmente, suas ações parecem atos de terrorismo e o grupo entra na mira dos Fabulosos Vingadores, grupo liderado pelo tio de Cable, Alex Summers. Ao mesmo tempo, a filha adotiva de Cable, Esperança, tenta ajudar seu pai de alguma forma mesmo contra a vontade dele. Isso leva a jovem a localizar o antigo mentor dele, Blaquesmith, para entender as motivações de seu pai e algumas delas serão reveladas pelo escritor Dennis Hopeless e o desenhista Salvador Larroca em Cable & X-Force #10 a #13, aqui publicadas pela Panini em X-Men Extra #6 a #8.

Enquanto isso, Dominó convence Cable a dividir a equipe para que todos os desastres que ele tem previsto sejam evitados. Ele reluta de início mas acaba concordando. Todos se reúnem para discutir as próximas missões mas logo são interrompidos pela chegada dos Fabulosos Vingadores ao mesmo tempo em que Cable sofre uma nova crise de hemorragia cerebral. A X-Force não vê outra alternativa a não ser enfrentar seus adversários para que seu líder possa se recuperar a tempo e começa a levar a pior. Antes que a equipe seja derrotada, Cable consegue atordoar os Vingadores, que caem no chão. Os demais integrantes de sua equipe creem que ele está plenamente recuperado e partem para realizar as missões que lhes foram designadas. Tão logo isso acontece, Cable desaba no chão e é levado como prisioneiro para a Mansão dos Vingadores.


Dominó e Dinamite chegam em um hospital para remover um jovem que está prestes a manifestar seu poder mutante pela primeira vez, o que levaria todos ao redor à morte, de acordo com as visões de Cable. O plano era Domi resgatar o rapaz vestida de enfermeira enquanto Dinamite rouba uma ambulância mas as coisas dão errado e elas são forçadas a agir de improviso, algo que Dinamite adora e Domi simplesmente odeia, certamente por andar com Cable por tanto tempo. Aos trancos e barrancos esse plano é seguido e elas chegam em uma ponte com o rapaz, que está prestes a manifestar seu poder. Dinamite finge ser uma supervilã "mega-malvada" para que os civis evacuem a ponte e consegue seu intento. O poder mutante do rapaz se manifesta e a ponte vai abaixo, mas ele e Dinamite são salvos por Dominó, que felizmente trazia um para-quedas consigo e ainda providenciou um bote inflável quando eles caíram na água.

Durante esses acontecimentos, Blaquesmith levou Esperança para uma época futura para que ela entendesse o significado das premonições de Cable e o que ela vê é simplesmente desolador. De repente, ela é atacada por uma espécie de zumbis "tecnorgânicos" e é salva por uma misteriosa mulher que usa a armadura do antigo "clone maligno" de Cable, Conflyto, que ordena que a jovem lhe acompanhe.



No nosso presente, Colossus e Dominó invadem um banco para resgatar um artefato místico roubado do Dr. Druida, um antigo membro dos Vingadores que enlouqueceu e quase destruiu a equipe. O artefato inadvertidamente cai no chão e um portal demoníaco é aberto. Ao mesmo tempo, a dupla tenta "discutir a relação" para saber em que pé estão as coisas entre eles. O portal é fechado com muita dificuldade e ambos se permitem dar uma chance para que este relacionamento dê certo.

No futuro em que Esperança se encontra, ela consegue perceber que a situação se torna um pouco menos pior devido às ações da X-Force no presente mas ainda há muito a ser feito. Ela percebe também que a misteriosa mulher que a acompanha é ela mesma neste futuro distante, que tenta fazer aquilo que seu pai adotivo lhe ensinou: mudar o futuro, consertando o passado. Ela e Blaquesmith aproveitaram o fato de que as habilidades telepáticas de Nathan se ampliaram muito mais devido à ausência do vírus tecnorgânico em seu corpo e as levaram para um outro campo, o da precognição. A dupla usou o cérebro de um ciborgue Deathlok para calcular as probabilidades de cenários futuros e transmiti-las diretamente para o cérebro de Cable no nosso presente. A mulher conta para sua versão mais jovem que o pai delas se aposentou após a guerra dos X-Men contra os Vingadores e exigiu que ela fizesse o mesmo. Quando ele percebeu que "o fim do mundo" estava se aproximando e resolveu voltar à ativa, já era tarde demais. Ela continuou a luta e percebeu que a solução era mudar o passado para que a situação em sua própria realidade tenha a chance de melhorar.


Enquanto elas conversam, Blaquesmith vê a X-Force se reunir novamente no nosso presente ao enfrentar uma criatura vermiforme gigantesca que ameaça destruir Lisboa e é vitoriosa desta vez. "Daí você usou o cérebro do papai para criar um inferno menos horrendo?" pergunta a jovem. "Não dá para você ver mas o mundo está melhorando a cada dia", a mulher responde. A jovem questiona ambos seriamente a respeito das consequências que seu pai está sofrendo por causa do estratagema deles e a mulher responde: "a história está se reescrevendo e logo posso desligar o dispositivo de paradoxo desta armadura e simplesmente deixo de existir. Só vai restar você e suas lembranças de lutar ao lado de nosso pai". As lembranças da Esperança "jovem" e "futura" não são exatamente as mesmas e, por causa disso, a menina deduz que o plano deles deu errado. 

A verdade é que, no fundo, a mulher queria lutar ao lado de seu pai adotivo novamente mas ignorava o quão danoso isso poderia ser para a saúde dele e mesmo Blaquesmith tinha dúvidas a este respeito. A jovem diz que as intenções deles eram boas mas se Cable morrer tudo estará perdido do mesmo jeito. A mulher, então, pergunta a Blaquesmith por alguma alternativa e este decide reenviar a jovem à sua época para que ela lute pelo futuro e salve seu pai. Ele entrega a ela uma espécie de cajado para ajudá-la em sua missão.

Na Mansão dos Vingadores, Alex interroga seu sobrinho para entender as motivações dele mas a saúde de Cable está péssima e seus poderes telecinéticos aparentemente ficam fora de controle. Na verdade, isso é para que ele consiga se recobrar um pouco para trazer Alex para seu "relevo mental" e assim ter um vislumbre de como as coisas podem ficar muito ruins no futuro. Alex parece convencido das razões de seu sobrinho mas ainda reluta a deixá-lo ir. "Mesmo se você não fosse um fugitivo, você está doente e precisa de ajuda", ele diz. Um tremor sacode a mansão e Cable responde: "acho que a ajuda que você falou acaba de chegar", referindo-se a sua equipe, que acaba de invadir a mansão.



Dennis Hopeless e Cullen Bunn, que co-escreveu a edição #13, sabem conduzir o enredo do gibi com competência e criam bons ganchos no final de cada episódio. Pessoalmente, achei o início da série meio "morno" mas à medida que as motivações de Cable ficaram mais claras, ela melhorou muito. Nesse processo de busca de respostas, a presença de Esperança representando o ponto de vista do leitor, foi fundamental. Gosto também da maneira de como os personagens da equipe interagem entre si e acho particularmente divertidos os embates entre Forge e Dr. Nêmesis e entre Dominó e Dinamite. Sobre a série, não se trata de algo memorável, nem é essa a pretensão dos autores mas sim de realizar um entretenimento honesto e de qualidade. Gostei do resgate de personagens dos anos 90 que andavam esquecidos, como Blaquesmith e, vá lá, de Conflyto, que tiveram sua importância no desenvolvimento de Cable.

O desenhista Salvador Larroca é um dos meus favoritos mas não acho que o trabalho dele nesta série possa ser considerado um ponto alto em sua carreira. Já vi melhores, como em sua passagem recente em Homem de Ferro mas mesmo o "regular" dele é melhor do que muita coisa da Marvel atualmente. Ele teve a companhia de Gerardo Sandoval na edição #13, mas achei que o estilo deste não tem nada a ver com o de Larroca e os desenhos ficaram "dentes rangentes" demais para o meu gosto em alguns momentos, resultando numa mescla bem esquisita. 

C@rlos







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