*Artigo escrito por nosso colaborador Paulo Artur
Enquanto parte da equipe dos Surpreendentes X-Men enfrentava monstros e o Mentallo em Tóquio, o restante do grupo também estava bastante ocupado. E a equipe criativa formada por Christos Gage nos roteiros, Juan Bobillo e Marcelo Sosa na arte e Chris Sotomayor com a colorização narram uma aventura espacial na qual Tempestade, Colossus, Fera, Kitty Pryde e a Agente Brand são levados a enfrentar a Ninhada.
Tudo começa em uma estação espacial de pesquisa da ESPADA, a Caixa de Pandora, cuja finalidade é realizar os estudos astrobiológicos potencialmente mais perigosos. Aparentemente, alguma experiência dera errado e os cientistas foram atacados pela Ninhada de tal maneira que apenas um conseguiu escapar com vida e até mesmo a Agente Brand fora deixada para trás.
Mesmo ciente dos protocolos de defesa, que previa a destruição do satélite em um caso assim, Henry McCoy prefere não perder as esperanças na sobrevivência da amada e retorna à Utopia para pedir ajuda a amigos que já tiveram uma maior experiência com essa raça parasita alienígena. Com parte em missão no Japão, inclusive seu atual desafeto Ciclope, Fera consegue a ajuda de Tempestade, Colossus e Lince Negra. Esta última, ao chegar ao Q.G. Orbital da ESPADA, reencontra o seu velho amigo Lockheed, com quem praticamente não tivera contato desde os eventos da fase de Joss Whedon e que esteve trabalhando para essa agência secreta desde então. Apesar de uma mini-rusga inicial, eles rapidamente retomam a amizade inseparável de sempre.
Fera revela a eles que o experimento que estava sendo realizado na Caixa de Pandora era envolvia o desenvolvimento de um método para se remover a larva da Ninhada de dentro do hospedeiro sem matar ambos. Logo após terem conseguido os primeiros casos de sucesso, a Rainha da Ninhada conseguira se libertar, iniciando o ataque mostrado no começo da história.
Durante a missão de resgate, os X-Men rapidamente encontram a Agente Brand e alguns cientistas sobreviventes, que conseguiram se esconder com vida por terem sido infectados pela Ninhada. A Agente Brand, então, os revela que o sucesso do desenvolvimento da técnica de remoção da larva era parte do parte dos aliens, uma vez que eles precisavam se reproduzir com rapidez: A Ninhada está correndo sério risco de extinção desde que seu planeta natal fora destruído durante a Guerra da Aniquilação (como isso foi possível, uma vez que a Galáxia Shiar não foi afetada pela Onda de Aniquilação, o roteirista preferiu convenientemente não explicar). E, apesar dos protestos dos X-Men, que preferiam matar toda os seres da Ninhada que estavam na estação, a Agente Brand os alerta que eles não podiam exterminar toda uma raça alienígena sem afetar o ecossistema espacial, uma vez que a Ninhada servia como predadora natural para espécie piores do que eles.
Após uma tentativa de fuga que falhara quando os cientistas terminaram sua metamorfose em Ninhada e tiveram que ser mortos, o Fera tem um plano para desenvolver uma nova espécie benigna da Ninhada, com base na existência de um espécime honrado (o Sem-Nome da Ninhada, de Planeta Hulk) e as informações do Bishop sobre variação bondosa dessa raça no futuro dele. O seu plano consistia em criar tal raça, com o tempo, para substituir a atual Ninhada.
A Agente Brand revela que já existia um espécime assim, que nascera com compaixão e sentimentos. Esse filhote da Ninhada fora poupado apenas porque a Rainha decidira, dado o momento de desespero deles em face à extinção, cada vida contava. Mesmo desconfiado da suposta bondade deste filhote, os X-Men partem para resgatá-lo e todos, menos a Lince Negra, são infectados. E, mais, com a presença de duas rainhas, a Ninhada conseguiu acelerar o processo de maturação da larva, fazendo com que os X-Men fossem transformado quase imediatamente em Ninhada.
Kitty, Lockheed e o Filhote fogem dos X-Men enquanto a Lince Negra ainda permanecia em dúvidas sobre se confiaria ou não no Espécime. Com o tempo escasso, ela decide por confiar nele e elaborar um plano às pressas, no qual o Filhote usaria o seu elo na mente-colmeia para transmitir os seus sentimentos para uma das Rainhas e, assim, inutiliza-la. Com uma Rainha morta, os X-Men conseguem retomar controle suficiente para se voltar contra a Ninhada, começando uma verdadeira chacina que se encerra após a Tempestade matar a segunda Rainha, provocando a rendição dos espécimes restantes.
Em troca desta rendição, o Fera oferece a eles uma viagem segura de volta ao sistema natal deles (para qual planeta mesmo se o planeta natal havia sido destruído, o roteirista novamente preferiu a conveniência de não mencionar). Mas o Filhote da Ninhada e as larvas que estavam dentro dos X-Men permaneceriam com a ESPADA, para serem o começo da nova raça benigna da Ninhada. Mas em uma conversa com o Filhote, a Tempestade oferece a possibilidade dele, caso queira, ir morar, ou pelo menos visitar, os X-Men, uma vez que, assim como os mutantes, o Filhote da Ninhada é um ser diferente e marginalizado dentro de sua própria espécie.
Desta maneira terminou o arco em três partes de Christos Cage a frente dos Surpreendentes X-Men e, como pontos positivos do enredo, temos a introdução de um novo personagem: o filhote bondoso da Ninhada, que conseguiu se destacar bem mesmo em um enredo tão cheio de equívocos, e, em breve, ele passará a ter uma significativa relevância nas histórias da franquia mutante. Além disso, também trouxe como consequência positiva a retomada da parceria/amizade entre a Lince Negra e o Lockheed e novas possibilidades narrativas com a Ninhada, que, nas mãos de um roteirista mais talentoso, devem gerar boas histórias.
Além dessa aventura, também é contada uma história curta protagonizada pelas “ex-vilãs regeneradas” Emma Frost e Perigo. Com roteiros de James Asmus e arte de David Yardin, Norman Lee e Rachelle Rosenberg, esta história se inicia com Perigo cobrando a “dívida” que a Emma tem com ela pela ajuda fornecida no Grimmamundo durante a fase do Joss Whedon.
Para quitar a dívida, Perigo queria que a Rainha Branca a ajudasse a resgatar uma Inteligência Artificial que constantemente lhe pedia ajuda. Com grande relutância, Emma aceita ajudar a robô nessa missão de libertação, principalmente depois de saber que a I.A. estava presa dentro do Quincarrier, o quartel-general dos Vingadores Secretos.
Mesmo despistando eletrônica e telepaticamente todos os agentes a bordo, a invasão de ambas não passou despercebidas aos sentidos aguçados de Henry McCoy, o Fera. E, enquanto ele abordava a Rainha Branca com o objetivo de descobrir/impedir o que elas queriam, Perigo consegue entrar em contato com a I.A. que pedira socorro: Mecanus.
Desconhecendo o histórico vilanesco de seu interlocutor, Perigo continua a conversar e argumentar com Mecanus sobre suas semelhanças e o que os diferencia tanto entre si quanto da humanidade. No entanto, sem que ela soubesse, o vilão já havia tomado conta do corpo físico de Perigo e o utilizava para atacar Emma e McCoy.
Por mais que se esforçassem, a dupla mal conseguia impedir os avanços de Mecanus-Perigo, que só foi detido ao, em um gesto de arrogância, revelar que estava enganando a robô Shiar todo aquele tempo e “ferir” os sentimentos dela. Furiosa, Perigo retoma o controle do seu corpo facilmente e prende a consciência de Mecanus em um labirinto aparentemente inescapável.
Uma aventura simples que serviu basicamente para fechar uma ponta solta que existia desde a fase do Whedon (muito embora se ressalve que esta ponta solta em si poderia ter sido considerada fechada quando Perigo fez as pazes com o professor Xavier pouco antes de Utopia) e para aprofundar a relação de identificação/”amizade” entre Perigo e a Rainha Branca.
Esse arco foi publicado originalmente nas edições 38, 40, 42 e 43 da revista Astonishing X-Men e, aqui no Brasil, saíram em Grandes Heróis Marvel 13 e 14.
Paulo Artur