quarta-feira, 4 de julho de 2012

Maratona 616: Top 10 Momentos Marcantes do Homem-Aranha

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A estreia do novo filme do Homem-Aranha não é o único marco para o herói no ano de 2012. Em agosto, seu surgimento nos quadrinhos completa 50 anos. Comemorando o lançamento do filme com a nossa Maratona 616, vamos agora revisitar 10 momentos marcantes da história do amigão da vizinhança.

10- Revelação da identidade

Guerra Civil. A lei que obriga o registro de super-humanos junto ao governo entra em vigor e a comunidade super-heroica divide-se em duas, uns contra e outros a favor da medida. Tendo ficado inicialmente do lado pró-registro, o Homem-Aranha foi convencido pelo Homem de Ferro (que estava sendo um tipo de mentor para ele na época) a revelar sua identidade secreta publicamente, num ato de apoio à lei e aos novos tempos. Tirando a máscara na televisão e dizendo “Meu nome é Peter Parker e eu sou o Homem-Aranha desde os 15 anos”, Peter surpreendeu o mundo real e o dos quadrinhos com sua decisão histórica.

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No desenrolar da já clássica saga de 2006/2007, o Aranha acabou mudando de lado e tornando-se um herói fora da lei junto ao grupo clandestino do Capitão América. Caso você esteja se perguntando por que um momento de tamanha importância está na décima posição do top 10 e não em um lugar de maior destaque, o próximo item da lista vai sanar sua dúvida...

9- Pacto com Mefisto

Ao fim da Guerra Civil, o Homem-Aranha (assim como seus companheiros anti-registro) havia se tornado um fugitivo procurado. Escondido do governo e com a identidade recentemente revelada, Peter, a esposa Mary Jane e a tia May tornaram-se alvo fácil para os inimigos do herói. Logo depois da saga, May Parker foi gravemente ferida por uma bala encomendada pelo Rei do Crime.

Num dos pontos mais sombrios de sua carreira, Peter caçou o responsável pelo atentado, mas May estava além da salvação. Nem os maiores médicos, gênios ou magos do mundo podiam fazer nada para salvar a vida da senhora Parker. Desesperado e recusando-se a aceitar a morte iminente da tia, nosso herói foi abordado por Mefisto, demônio mais famoso do universo Marvel, que tinha uma proposta: salvaria a vida da tia May em troca do casamento dele com Mary Jane. Ele não queria as almas dos dois, mas sim algo que faria suas almas sofrerem. No fim da história, é MJ quem dá o passo de concordar com a oferta, pondo as condições de que a identidade de seu ainda marido voltaria a ser secreta e de que ele pudesse ser feliz em sua nova vida. Peter, no seu momento de maior fraqueza, acaba concordando e o pacto é feito.

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A nova realidade consiste num tipo de
reboot do universo dos quadrinhos do Homem-Aranha. Da noite para o dia (literalmente), ele nunca havia se casado nem revelado a identidade, morava novamente na casa da tia, trabalhava apenas como fotógrafo freelancer do Clarim Diário e levava uma vida que combinava mais com seus tempos de menos idade. Embora nessa nova fase tenham sido dadas explicações para as mudanças ocorridas em retcons, muitos leitores, inclusive este que vos escreve, veem o pacto como algo muito prejudicial para o personagem, sua personalidade, crescimento pessoal e sua história, que passamos a não saber mais se conhecíamos.

Uma decisão editorial extremista e de mau gosto, que poderia ter ido por outros caminhos para dar ao herói o direcionamento desejado.

8- A Conversa

O escritor
J. Michael Straczynski estava apenas começando sua fase à frente da revista do Homem-Aranha, em 2002, quando criou uma das edições mais interessantes estreladas por Peter Parker. Em Amazing Spider-Man #38 (vol. 2), May Parker vai à casa do sobrinho para confrontá-lo sobre algo importante: ela sabe que ele é o Homem-Aranha. Os dois colocam as cartas na mesa e contam toda a verdade um para o outro, encontrando até um ponto em comum referente ao sentimento de culpa pela morte de Ben Parker. May conta que o casal tinha tido uma briga na noite em que ele morreu.

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Peter e sua tia May não concordam e se entendem o tempo todo, mas são sinceros e decidem que, mesmo com suas diferenças de opinião, não deixarão mais que mentiras os afastem. Um dos principais feitos dessa história foi amadurecer os dois personagens e sua relação de forma nunca feita nos 40 anos de existência que os dois já tinham. Aqui, Peter definitivamente deixou de ser o garoto que escondia segredos da tia e May de ser a senhora frágil e inocente sem muita força em sua relevância ou personalidade. Agora, eles não eram mais só sobrinho e tia, eram amigos e podiam aproveitar melhor a vida juntos sem mentiras ou desculpas.

Infelizmente, essa história foi praticamente apagada, já que, devido ao pacto com Mefisto, May Parker foi uma das que esqueceu que Peter é o Homem-Aranha...

7- Vingador

Peter e Mary Jane estavam em casa, discutindo a possibilidade de irem ao cinema. Mas uma queda de energia e uma explosão vista ao longe deram outro destino ao Homem-Aranha. Tratava-se de uma fuga em massa da Balsa, a prisão para super criminosos. Os Vingadores não existiam mais, mas o Aranha não era o único herói presente para lidar com a situação. Ao fim da crise, o Capitão América ficou muito satisfeito com a situação e viu nela o nascimento espontâneo dos Novos Vingadores.

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Convidado pelo Capitão para integrar a nova equipe, Peter ficou surpreso, mas satisfeito. Tornar-se finalmente um vingador foi algo bem importante para o Homem-Aranha, por ser um status de reconhecimento que nunca tivera igual antes. Na primeira fase dos Novos Vingadores, Parker encontrou em Tony Stark um tipo de mentor e conselheiro, tendo até ganhado dele o uniforme do “Aranha de Ferro”. A relação acabou não indo muito bem com a Guerra Civil, mas o Aranha continuou sendo um importante membro dos Vingadores nos anos que se seguiram. E continua sendo.

6- Uniforme Negro

Na saga
Guerras Secretas, de 1984, onde todos os principais heróis Marel enfrentavam as maquinações do vilão Beyonder num planeta alienígena, o Homem-Aranha teve seu uniforme danificado numa batalha e foi instruído a procurar uma máquina onde poderia fazer um novo. Porém, ele acabou inadvertidamente libertando um simbionte, um alienígena que, por sua natureza, procura viver com um hospedeiro. O líquido negro cobre o corpo do herói e, reagindo aos seus pensamentos envolvendo o uniforme da segunda Mulher Aranha, forma um novo uniforme em parte baseado no dela, o hoje tão clássico uniforme negro.

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A “roupa” alienígena podia prover teia aparentemente infinita, aumentava a força e os atributos físicos do cabeça de teia e ainda podia assumir a forma de roupas comuns. Porém, Peter começou a ficar apático e teve mudanças em sua personalidade, causadas pelo simbionte, que inclusive controlava seu corpo enquanto ele dormia. Ele acaba conseguindo livrar-se do simbionte, crendo que o alienígena morreu, o que prova-se não ser verdade quando, anos depois, ele ressurge com o hospedeiro Eddie Brock na forma do vilão Venom, um dos mais clássicos antagonistas do Aranha.

O visual do uniforme deu tão certo que, após livrar-se do simbionte, o Homem-Aranha usou por mais algum tempo um uniforme negro idêntico feito de tecidos comuns, que voltaria a usar na época já citada onde a tia May foi baleada, como símbolo do momento triste e sombrio que vivia. O uniforme negro também apareceu nos Vingadores Sombrios, quando o Venom atual assumiu a aparência do herói.

5- Cara a cara com o inimigo

Stan Lee e Steve Ditko já admitiram que não tinham certeza de quem seria o homem por trás da máscara do Duende Verde quando o criaram. Felizmente, escolheram Norman Osborn, pai do grande amigo de Peter, Harry, que logo se tornaria o primeiro vilão a descobrir sua identidade secreta, numa clássica história de Stan Lee e John Romita Sr. de 1966. Na história, após ameaçar revelar o segredo de Peter ao mundo e estar confiante em derrotá-lo, Norman mostra ao herói quem é por vontade própria. Nascia aí uma longa e estranha relação entre o Homem-Aranha e seu arqui-inimigo que se tornaria essencial em sua carreira. O terror de ter um sádico super-vilão tão próximo de sua vida pessoal, as diversas tragédias causadas por ele e as tantas batalhas épicas entre os dois fazem de Osborn realmente o vilão mais marcante na vida do Aranha. O fato de o Duende Verde conhecer a identidade do herói sempre foi sua principal arma, e a raiz de tudo está nessa história.

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Ah, sim, e Norman Osborn também esqueceu que Peter Parker é o Homem-Aranha após o pacto com Mefisto...

4- A morte e vida de Gwen Stacy

Todo protagonista tem seu par. E a primeira mulher importante na vida de Peter Parker foi Gwen Stacy, criada por Stan Lee no intuito de ser o único verdadeiro amor do herói. Peter conheceu Gwen em
Amazing Spider-Man #31, de dezembro de 1965 e, após pequenas complicações iniciais, os dois começam a namorar. O casal sempre combinou e funcionou muito bem até a trágica morte do Capitão Stacy, pai da moça, pela qual ela culpou o Homem-Aranha. Peter, no fundo, sentia-se mesmo responsável pela tragédia. Gwen quis que ele a pedisse em casamento, mas seu sentimento de culpa o impediu de fazê-lo. Após ela passar um tempo na Europa para lidar com o luto, o casal se reuniu e voltou a ter a antiga cumplicidade.

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Até que, numa das histórias mais clássicas do Homem-Aranha , Gwen foi tragicamente assassinada pelo Duende Verde. A morte de Gwen Stacy surpreendeu a todos na época e é até hoje lembrada como um dos momentos mais fortes da carreira do escalador de paredes. A perda ajudou ainda a definir o lado mais triste da vida de nosso herói, que estava não pela primeira nem pela última vez lidando com a morte de alguém tão querido e envolvido numa névoa de culpa.

3- A ida de quem quase chegou

Em meados de 1995, Mary Jane descobriu que estava grávida, num dos momentos iniciais da segunda
Saga do Clone. Levando em conta o momento que estava vivendo e complicações trazidas pela saga, Peter Parker decidiu abandonar o estresse da vida de Homem-Aranha (cujo manto foi assumido por seu clone Ben Reilly) e dedicar-se a sua família prestes a crescer, inclusive mudando-se para outro estado, em Portland, Oregon. Meses depois, perto do fim da gestação, o casal voltou a morar em Nova York, pois sentiu falta da cidade e dos velhos amigos. Logo, quando o nascimento já estava atrasado,MJ foi envenenada por uma agente a serviço do Duende Verde e sua filha, que se chamaria May, nasceu morta. Ao menos que forjar a morte do bebê fizesse parte do plano do vilão...

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De fato, foram dadas dicas em histórias posteriores do escritor
Tom DeFalco de que a pequena May estaria viva e reapareceria em breve. Mas ele foi substituído e a história, mudada. Quem retornou foi a velha May Parker, que tinha sido dada como morta algum tempo antes. Já o destino da jovem May Parker acabou não sendo feliz. O mesmo Tom DeFalco, porém, a eternizou numa bem-sucedida série intitulada Garota Aranha, que durou mais de 100 edições lá fora. Num futuro alternativo, ela desenvolveu poderes aracnídeos na adolescência e seguiu os passos do pai. Durante a saga Um Dia a Mais, uma menina ruiva foi mostrada por Mefisto ao casal após concordarem com o pacto, que o demônio disse ser a filha que eles não mais poderiam ter. A perda da pequena May foi um dos momentos mais lamentados na vida do Aranha e até hoje a possibilidade de ela ter permanecido viva ronda a mente de muitos leitores.

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2- “Admita, gatão, você tirou a sorte grande.”

Nos anos 60, havia uma piada na revista do Homem-Aranha, na qual Peter se esquivava do encontro que sua tia May vivia querendo arranjar entre ele a “adorável visinha Watson”, que ele suspeitava ser uma garota com a cara do Hulk. Até que, em
Amazing Spider-Man 42, de junho de 1966, o encontro finalmente aconteceu e ele ficou perplexo com a beleza estonteante de Mary Jane Watson. Porém, Stan Lee havia criado a personagem para ser apenas uma rival de Gwen Stacy e nosso herói eventualmente passou a achá-la superficial e decidiu namorar Gwen. MJ namorou Harry Osborn e continuou fazendo parte da vida de Peter por muito tempo. Tempos depois da morte de Stacy, os dois acabaram se apaixonando, embora seu relacionamento fosse cheio de idas e vindas.

Após um maior amadurecimento e de lidar com seus problemas familiares, Mary Jane finalmente aceitou o pedido de casamento de Peter. A vida dos dois juntos não foi perfeita, mas ao longo dos anos, eles superaram grandes dificuldades apoiando um ao outro. Quando o Aranha era um super-herói clandestino com dificuldades financeiras e uma tia baleada no hospital, ele sugeriu que MJ poderia deixá-lo, para o próprio bem dela, ao que ela negou confiante, certa de que seu lugar era com ele. Algo que demonstrou o quanto a ligação entre os dois havia se tornado forte.

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Nem preciso falar de novo sobre o pacto com Mefisto, então vamos ao primeiro lugar.

1- A morte do tio Ben

O jovem Peter Parker, de 15 anos, foi picado por uma aranha radioativa, ganhou super-poderes e passou a usá-los para benefício próprio. Até que, depois de escolher deixar um ladrão escapar, descobriu que o mesmo bandido assassinou seu amado tio Ben, que o havia criado e era como um pai para ele. As palavras que o tio havia lhe dito jamais foram esquecidas, nem por ele nem por nós, leitores: “Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades”.

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Você já ouviu, leu e viu isso antes, mas a história criada 50 anos atrás por Stan Lee e Steve Ditko é talvez a mais icônica origem de super-herói de todas. A morte do homem que o criou como a um filho e a lição que veio dela definiu o Homem-Aranha, ecoando sempre em suas histórias, não importa se nos quadrinhos, em desenhos animados, em versões alternativas ou no cinema. A excelente história de origem do herói é um dos marcos que torna sua identidade tão forte e definida, não importando quantas vezes essa história seja contada.

Com esse Top 10, espero que tenham tido uma boa viagem pelos momentos importantes da carreira do cabeça de teia. Se querem mais, ainda teremos o Top 10 histórias, muito em breve aqui na Maratona 616. Fique de olho.

Léo

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