quarta-feira, 20 de julho de 2011

Segundo Advento - Parte II: Por que me abandonastes?*

A saga da messias mutante continua e todos os mutantes estão fazendo sua parte para trazer Esperança para Utopia (com trocadilho). Eles vão enfrentar coisas além do seu alcance e muitos perecerão no caminho. As perdas serão muitas, resta saber se valerão a pena.

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Na segunda parte (a primeira você viu aqui) do Segundo Advento nos é trazido um clímax de ataques: Os Novos Mutantes na fábrica de “armas” de Cameron Hodge e os Purificadores atrás de Esperança e Cable. A Panini nos traz essas histórias americanas em sequência nas revistas X-Men e X-Men Extra. A edição 114 da revista Extra se divide entre Novos Mutantes (roteiro de Zeb Wells e arte de Ibraim Roberson), X-Men: Legado (com Mike Carey e Grag Land) e X-Force (Kyle & Yost e Mike Choi).

Ciclope coordena (de Utopia com auxílio da telepatia de Emma) o ataque dos Novos Mutantes e a busca por Esperança do esquadrão alfa de X-Men, tanto quanto outros mutantes espalhados em guarda. Uma reviravolta pra quem está acostumado a estar em campo, ser líder exige sacrifícios como estar tomando decisões de longe para poder estar a par de tudo. A equipe de Samuel Guthrie é ordenada a atacar o local onde Cameron Hodge reúne soldados prontos pra extinguir os mutantes (os risadinhas, aquelas armaduras com sorrisos horripilantes) e ele mesmo se transforma em um ser mecânico medonho. Todos os membros da equipe, inclusive seu líder, percebem que é uma luta insana e impossível de saírem vivos, mas Sam obedece fielmente às ordens de Scott Summers que parece cada vez mais inflexível. A X-Force parece só a ponta do iceberg pra toda uma forma de liderar que Ciclope adota e que não parece se assemelhar com seu pensamento da época de aluno, onde criticou coisas bem menos rígidas de Charles Xavier.

Na verdade, os Novos Mutantes estariam massacrados (mais do que acabaram sendo, com um ferimento grave de Karma) não fosse a desobediência de Cifra e Warlock que tinham sido ordenados apenas a coletar informações. No final, o elemento surpresa do alienígena (afinal, eles estavam preparados para mutantes) é que os salvou. Se dependesse apenas do que Scott havia planejado provavelmente alguns deles teriam morrido. Mas eles descobrem informações importantes: eles rastreavam o vírus tecnorgânico de Cable e, por isso, estavam sempre no encalço de Esperança. Tal decisão leva os X-Men do time alfa e Cable a tomar uma decisão (já reunidos): Esperança parte com Noturno e Vampira para Utopia e os outros ficam com Cable de isca em outro local. Inclusive, Vampira só se une ao time por ter sentido um “elo” mental com Esperança que a fez ser a guia para encontrá-los. Isso teria a ver com o fato de ela ter tirado a X-man de um coma e a curado de um vírus tempos atrás, apesar de Emma não captar nada. Esse é um dos mistérios que envolvem a messias mutante que esperamos que seja elucidado na trama.

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Inclusive, o envio de Vampira para tal feito leva Frost a questionar essa decisão de Ciclope. Seria um ato de fé ou estratégia súbita? E ele diz que é a estratégia de sempre, sobreviver, o que me soa de certa forma muito improviso pelo tipo de consequências que estão surgindo. Me parece uma liderança um pouco imatura da parte do X-Man. E falando em consequências, como anunciado desde a primeira parte, um X-Men morreria na trama. Em meio a um esforço monumental de para salvar a messias, Noturno encontra a morte na luta contra Bastion. É uma cena emocionante onde Kurt se teletransporta para impedir que o sentinela ferisse a menina e acaba se materializando com a mão do vilão atravessando seu peito. Ele ainda faz um último esforço em meio a orações e se teletransporta junto com Esperança para Utopia onde ela estaria a salvo. A menina não se conforma de vê-lo morrer, mas ele profere as últimas palavras: “eu acredito em você”.

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Acreditar é mesmo algo importante pra este X-man, o personagem de mais fé de todos os tempos, foi o mutante que mais trouxe a religião próxima das histórias. Sempre com um grande senso de moral, Kurt Wagner foi um dos que mais relutou em acreditar que seus colegas agora matavam sob ordens do líder e amigo Scott Sumers. Quem se assustou e tentou evitar que seu amigo Warren matasse friamente o inimigo na sua forma de Morte. Foi o herói que mais manteve aquela idéia do começo, que se manteve “puro” quando todos se corromperam, que era o mais próximo do sonho de Charles Xavier e quase não cabia mais nessa nova etapa que seus colegas se colocavam.

Enquanto seus amigos irão sentir sua perda e se recuperar do ocorrido, Bastion já inicia seu plano B e o tempo não lhes deixará velar seus mortos. Mas Noturno morreu da forma que mais lhe parecia apropriada, e os outros deverão fazer seu esforço ter valido a pena. Ele partiu em um sacrifício por seus amigos, mantendo aquilo que todos pareciam perder muitas vezes, sua Fé.

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*o título do artigo é uma referência a frase dita por Jesus na cruz: "Pai, porque me abandonastes?", em um momento de fraqueza humana em meio ao seu sacríficio. Achei que cabia bem aqui não só pra lembrar o catolicismo de Kurt, mas porque ele se sacrifica aqui pelos outros mutantes quando eles pareciam abandonar todas as crenças que Noturno partilhava antes com eles.

Cammy

ps. Este artigo contém 3 edições americanas, uma delas, com várias capas variantes. Para vê-las, clique aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

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